13/10/2014

As "Tábuas Vermelhas" de Valverdinho

A Quinta de Valverdinho é anexa do Casteleiro desde 24 de Outubro de 1855. Outrora prazo do vínculo de Malta foi Capelania de Caria até 1715, quando passou a curato apresentado pelos senhores da Casa de Penedono. Todos os que ali habitavam pagavam a sua renda ao donatário, no século XVII a João Bernardo Pereira Coutinho de Vilhena, filho de Luís Pereira Coutinho.
Mas, como é que Luís Pereira Coutinho, senhor da Casa de Penedono é, igualmente, senhor de Valverdinho?
A 29 de Outubro de 1783, nascia em Valverdinho Maria, filha de Manuel António e Maria Gonçalves. Passaram quase 231 anos.

A estória começa com o casamento de Álvaro Rodrigues Calvo, Padroeiro de Valverdinho, com Maria Nunes de Brito. Um dos filhos, Domingues Nunes Homem de Brito, casado com Maria Francisca Mendes, torna-se senhor de Valverdinho. Um dos filhos deste casal, Manuel Homem de Brito, casado com Maria Teresa Coutinho, teve uma filha, Feliciana Micaela Pereira Coutinho que casou com Luís Pereira Coutinho, capitão-mor e senhor da Casa de Penedono. E, assim, Valverdinho, passa a ser “apresentado”  pela Casa de Penedono.
E chegamos ao “privilégio das tábuas vermelhas” que Valverdinho usufruía exactamente por via da Casa de Penedono. Este privilégio constava de em Valverdinho não se recrutarem soldados nem se lançarem éguas de criação. Podemos ler: “Tem esta terra o privilégio das tábuas vermelhas por rezam de o ter o donatário e por este motivo se não fazem nela soldados nem se lançam éguas de criação”.


Uma curiosidade da emblemática Quinta de Valverdinho cujo passado é rico de história e estórias.
Mas, porque tudo anda quase sempre ligado, um irmão de Manuel Homem de Brito, referido anteriormente, de nome José Homem de Brito casado com Maria Correia Castelo-Branco, teve uma filha, Maria Josefa de Brito, que casou com Luís Tavares da Costa Lobo, capitão-mor da vila de Sortelha em cujo termo era “senhor do prazo de Santo Amaro”….
Já adivinham que há aqui outra estória para contar…e que estória!





"Reduto", António José Marques



1 comentário :

  1. Ao ler esta investigação sobre Valverdinho, comprovada com documentação, o que posso dizer é: Parabéns, Tó-Zé, pelo excelente trabalho. Um Abraço de Daniel Machado

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