04/09/2013

Em dia de despedida, "Não é uma despedida"


 
Em fins de Setembro de 2005, a Dr.ª Lucinda Pires (Lucindinha), de saudosa memória, escreveu para o Jornal do Casteleiro n.º 43 a vinda de um jovem P.e de nome César António da Cruz Nascimento para Pároco desta freguesia do Casteleiro.
Com entrada triunfal, em 18 de Setembro de 2005 e a ser recebido por muitos Casteleirenses e pelo então Pároco, Francisco Domingos Chorão, que lhe iria passar o testemunho, a Igreja encheu-se de fiéis para conhecerem e ouvirem o novo Pároco.
A alegria e a satisfação foram as notas dominantes das primeiras impressões que os Casteleirenses manifestaram acerca do novo e jovem sacerdote.
Os dias e os anos foram passando e o novo Pároco cativou e conseguiu que mais fiéis passassem a ir à missa e, ao mesmo tempo, granjeava muitos amigos, até que em 9 de Outubro de 2011, ao perfazer 6 anos de Pároco, foi-lhe prestada, antes do início da missa dominical, uma singela, mas sentida homenagem e, de seguida, às 13 horas, um almoço comemorativo, no Centro de Animação Cultural. (vide Jornal do Casteleiro n.º 68 de Dezembro 2011.)
A perfazer quase 8 anos, no dia 18 de Setembro de 2013, como Pároco do Casteleiro, o Sr. P.e César, antes deste dia, surpreendeu-nos com uma decisão, que é sua, de tomar novo rumo de vida.
Assim, com um forte sentimento de comoção e esperança de uma boa aceitação da “despedida”, o Sr. P.e César, a celebrar a sua última missa no Casteleiro, Domingo, dia 1 de Setembro, “despediu-se” da Paróquia do Casteleiro que, na Igreja, os muitos paroquianos e amigos, marcaram presença de amizade, apoio, respeito e reconhecimento, ouvindo com muita atenção as sinceras e amigas palavras dos intervenientes que abaixo citamos:
-As leituras feitas por jovens.
 
-Nelson Francisco Leitão Clara
Caríssimo Padre César
Muitas vezes somos surpreendidos por factos que acontecem nas nossas vidas, independentes da nossa vontade ou desejo. Porém, quando temos uma missão a ser cumprida, devemos aceitá-la, pois faz parte dos desígnios de Deus.
Durante 8 anos tivemos a sorte da sua presença no nosso meio. E somos profundamente agradecidos por isso. O senhor liderou e participou connosco em vários momentos da nossa paróquia, uns repletos de dor e outros de grande alegria.
Padre César, de uma forma bem especial recordou-nos como é difícil ser cristão autêntico, nos dias atuais e incentivou a conhecer, praticar e preservar os rituais e mandamentos da Igreja, na nossa vida e encorajou-nos a ser uma comunidade unida.
Dotado de um grande carisma espiritual, aproximou-nos mais de Deus e pelo seu exemplo de dedicação, paciência e persistência ensinou-nos a participar em cada missa como se fosse a primeira e última missa.
Padre César, Deus coloca pessoas nas nossas vidas que são como anjos, mostram o caminho que devemos percorrer. Saiba que para muitos desta paróquia que passaram por momentos difíceis, a sua presença foi como um anjo que trouxe paz, luz, conforto e esperança.
Charles Chaplin disse:
“Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.”
Padre César, “quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro.” E a nossa comunidade recebeu durante estes anos, um valioso tesouro: o senhor e a sua amizade. E podemos afirmar com toda a certeza: se hoje formamos uma grande comunidade é por que por trás esteve um grande pároco.
Não diremos adeus, mas um até breve, Padre César.
Deus o abençoe nesta nova missão.
Tenha a certeza da missão cumprida!!!
Padre César Cruz, obrigado por tudo!!
 
-Pela Paróquia, José Marques Antunes
Chegou o momento da “despedida” de quem nos guiou durante 8 anos. Foram dias que passaram sem se dar conta, mas que deixaram as suas marcas no meio de nós. Mas nada no mundo é eterno, somente Deus!
Em nome da paróquia, queremos agradecer os serviços prestados à comunidade católica Casteleirense, assim como o carinho e a amizade aos fiéis.
Desejamos-lhe os maiores sucessos.
Que Deus guie os seus passos com toda a sua bênção e ilumine o seu caminho!
O nosso BEM-HAJA.
 
-Presidente da Junta, António José Marques
“Caros amigos
Rev. Padre César António da Cruz Nascimento
Hoje é um dia diferente para ti e para as gentes do Casteleiro.
Poderia neste momento tão só dizer as habituais palavras de circunstância, dirigidas de quem fica a quem parte. Mas não.
As minhas curtas palavras são certamente de reconhecimento por teres estado entre nós durante os últimos oito anos. De exprimir a gratidão desta comunidade pelo seu pároco e amigo.
Mas as minhas palavras, no dia de hoje, 13 anos depois da tua ordenação sacerdotal, são palavras a olhar o futuro, esse futuro que nas palavras de Pio XII “pertence aos  enérgicos que esperam e agem com firmeza e não aos tímidos  e aos indecisos.”
Gandhi dizia que “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”. Tu, como todos nós, procuramos o nosso caminho e, mais tarde ou mais cedo, somos sempre levados para o caminho que desejamos percorrer.

Chegou a hora de encetares um novo trilho, uma nova etapa na tua vida. E o que importa, como dizia o poeta, é que “a vida é um trabalho que se deve fazer de pé”, com frontalidade e honestidade. É isso que fazes. Parabéns por isso, porque, acredita, não importa o que pensam de ti, mas o que tu és.
Na vida não existem soluções, existem forças em marcha. E faço minhas e nossas as palavras de Santo Agostinho: “lança-te corajosamente à ação e faz com que às palavras se sigam os atos.”
Reverendo Padre César António da Cruz Nascimento
A comunidade do Casteleiro deseja-te toda a sorte e felicidade do mundo.
Amigo César
Esta mesma comunidade também te quer dizer: Até Amanhã e Sempre." 
 
De seguida, a Paróquia, como lembrança, ofereceu-lhe um lindíssimo quadro com a Sagrada Família e as crianças e jovens que o P.e César tanto gostava de os ter, durante a missa, junto de  si no altar, não o esqueceram, dando-lhe, além duma lembrança e um ramo de flores, com carinho e gratidão, muitos beijinhos.
Comovido e agradecido, disse que “este dia não é despedida porque, eu só ou já com família, virei ao Casteleiro quando puder e, há oito anos, entrei pela porta da sacristia e, hoje, saio pela Porta Grande desta Igreja. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em cada uma das intervenções e entrega das lembranças, os muitos paroquianos e amigos presentes tributaram-lhe calorosas salva de palmas que repetiram, aquando, pela coxia abaixo, cumprimentando todos e qualquer paroquiano, se dirigia para a saída pela Porta Grande.   
Prometeu e cumpriu.
Porque acreditamos que o Sr. P.e César procurou ser e foi um excelente Pároco e amigo, neste momento de “despedida” como Pároco, eu preferiria não rabiscar estas linhas de “despedida”, e a fazê-lo, só Deus sabe quanto me custou, dizendo que esta situação é uma amálgama de tristeza e de alegria.
Tristeza, porque nos deixou como Pároco e alegria, porque consciente de um dever bem cumprido como Pároco, só depois, certamente, de muito pensar e refletir, em consciência, resolveu mudar de vida.
Como pessoa amiga que é, certo de que não esquecerá o Casteleiro, vindo até nós, quando puder, e ser esse o seu desejo, o desta comunidade é, como já lhe fora manifestado: “Até Amanhã e Sempre”, porque o Casteleiro é hospitaleiro.
Até lá, com um abraço de amizade e agradecimento por tudo o que de bom nos deu e bem fez, auguramos-lhe votos de saúde e muitas Felicidades.
 
 
 
 
 
 
Daniel Machado
 
 
 

1 comentário :

  1. Foi bonito, ver o Dr. César a sair pela porta grande da nossa igreja.

    Uma atitude de coragem digna dos Grandes.
    Que tudo o que deseja se concretize.

    Boa sorte.

    Dulce Martins






    ResponderEliminar