14/08/2013

50 anos de sacerdócio do Padre António Diogo


 
Tendo a freguesia do Casteleiro sido um “viveiro” de seminaristas na década dos anos 50, com cerca de duas dezenas, no entanto, apenas três foram os sacerdotes ordenados: José Maria Machado, ordenado em1957 e falecido em 1997, António Augusto Gonçalves Diogo e Ismael Nabais Gonçalves.
Por iniciativa da Junta de Freguesia, coadjuvada por uma Comissão Organizadora, composta pelo Pároco, Sr. P.e César Cruz, pelo Presidente da Junta, António José Marques e por José Manuel Antunes Gonçalves, comemorou-se, em simultâneo, no passado dia 11 de Agosto, a Festa de Santo António e as Bodas de Ouro da ordenação sacerdotal do P.e António Augusto Gonçalves Diogo, ordenado em 15 de Agosto de 1963 e a celebrar a 1.ª missa, em 1 de Setembro do mesmo ano, nesta sua terra natal - Casteleiro.
Antes do início da missa, uma das suas sobrinhas, a menina Liliana Gonçalves, muito compenetrada, leu muito bem o seguinte e lindo texto, dedicado ao seu tio P.e António Diogo:
“Hoje é um dia diferente, especial! Celebramos uma longa etapa da sua vida, afinal são 50 anos ao serviço da vinha do Senhor. Consigo traz experiências, histórias vividas e de tudo o que de fantástico viveu até hoje na sua profissão. Queremos marcar este dia e que se recorde sempre dele com a alegria de que realizou todos os seus objetivos. Enquanto pároco, ao longo destes 50 anos, serviu de uma forma honrosa, dedicada e profissional todas as suas paróquias, sendo sempre fiel ao seu amor por Deus. Desejando de todos aqui presentes muita saúde e que viva para sempre na sua memória, agradecendo-lhe contudo o que fez e faz por todos nós. Um enorme bem-haja!”   


De seguida, após a concelebração da missa, pelas doze horas, na Igreja Paroquial do Casteleiro pelo P.e António Diogo e P.e César Cruz, pudemos ouvir, com muita atenção, a palavra douta do primo e ex-colega, Ismael Nabais Gonçalves e algo sobre o percurso de vida do homenageado pelo familiar e Presidente da Junta, António José Marques, que abaixo, na íntegra, se transcreve:
“No Casteleiro eminentemente rural do ano 1936, que na altura contava com cerca de 1350 habitantes, no dia 5 de Junho, uma sexta-feira, nasceu um rapaz a que os pais chamaram António. António Augusto Gonçalves Diogo, batizado pelo pároco de então, António Sapinho.
Filho de Manuel Diogo e Adelaide Leal, o António foi o sétimo filho do casal, irmão da Virgínia, do José Patrício, do Joaquim, da Antónia, da Inês, do Manuel e do Alberto, o mais novo dos oito irmãos.
A 4ª classe seria feita na escola primária do Casteleiro tendo como professor Manuel Pereira Neves, após o que rumou à cidade laneira da Covilhã, onde durante dois anos frequentou a Escola Industrial e Comercial.
Aos 14 anos, o jovem António muda radicalmente o seu percurso. Ingressa no Seminário Menor de Santarém e, anos mais tarde, no Seminário dos Olivais.
Enquanto seminarista regressava nas férias a esta aldeia. E durante esse tempo de lazer não raro era vê-lo a confraternizar com os amigos e, de quando em vez, lá abalava a caminho do chão da Carrola para a rega necessária.
A ordenação sacerdotal, cujos 50 anos hoje aqui evocamos, chegou a 15 de Agosto de 1963.Tinha o António 27 anos. Teve lugar na Sé Patriarcal de Lisboa conjuntamente com 15 outros sacerdotes.
Nas suas palavras: “Foi um momento de alegria, de uma meta atingida, com sentido de dom de Deus e sentido de gratidão.”
Na pequena folha que assinalou esse momento, escolheu escrever “Recordemos a bondade do Senhor que me fez sacerdote.”
O António ordenava-se sacerdote numa época marcada por grandes mudanças na igreja, decorrentes do Concilio Vaticano II. Uma época em que as missas deixaram de ser ditas em latim.
Depois da ordenação veio a Missa Nova, dita nesta mesma igreja, no dia 1 de Setembro, era então pároco o padre José Pires. 
A 6 de Outubro desse ano de 1963, o padre António chega às suas primeiras paróquias: Alcorochel e Brogueira, em Torres Novas, onde ficou até Setembro de 1972.
Nesse ano chegara uma nova etapa da sua vida. Partiu para a Guiné como Capelão de uma Companhia numa missão com a duração de dois anos. Quando regressou, em Setembro de 1974, pensou seriamente em ser missionário, mas tal não se viria a concretizar.
E a 15 de Dezembro de 1974 chega à sua nova paróquia, onde haveria de permanecer até Outubro de 2000: Alcanede na diocese de Santarém. Uma paróquia, onde desenvolveu um intenso trabalho pastoral e social.
Hoje é pároco e vigário de Rio Maior e “in solidum” de Arrouquelas, Marmeleira e S. João da Ribeira.
Caros amigos
Hoje o Casteleiro está em festa.
Festejamos o nosso santo popular, Santo António e temos o enorme prazer de ter entre nós o Padre António Diogo para, juntos, evocarmos os seus 50 anos de dedicação intensa à vida sacerdotal.
Há dias num almoço que tivemos em Rio Maior, o António confidenciou-me que também lá, no dia 21 de Setembro, terá lugar uma homenagem.
Lá estaremos, eu e muitos casteleirenses.
Mas eu sei, estou convicto, que o dia de hoje, na intimidade destas quatro paredes, irá perdurar na tua memória como a genuína homenagem e que não mais a esquecerás.
Caro António, esta terra que te viu nascer, que é a tua e dos teus antepassados, recebe-te com o carinho e a ternura que tu conheces e mereces É nosso privilégio reconhecer e homenagear um filho da terra e fazemo-lo com a maior das certezas e orgulho sem limites.
Este chão, que é o teu, estas ruas, estes largos e calçadas, estas pedras reconhecem-te e sabem de ti, assim como todos nós sabemos que, embora as distâncias, eles vivem no teu dia- a- dia.
O Casteleiro saúda-te.
Bem hajas por seres quem és.”
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seguiu-se, como não podia deixar de haver, a entrega de lembranças, comemorativas das Bodas de Ouro da ordenação sacerdotal do P.e António Diogo, da Paróquia, da Família,  da Freguesia e da Câmara Municipal do Sabugal, representada pelo seu Presidente, Eng. António Robalo, a que, após o cantar dos parabéns, se ouviu, em apoteose, uma salva de palmas.
Comovido e muito agradecido a todos, o P.e António Diogo, não se esquecendo de recordar, com saudade, a memória dos familiares e amigos já falecidos, encerrou esta primeira etapa da sua homenagem.                                                                                
E para que houvesse um bom e melhor convívio, de seguida, graças à gentileza da Junta de Freguesia, foi servido um lauto almoço de confraternização, no Largo de S. Francisco, para quem quisesse e que constava de porco no espeto, acompanhado de arroz com feijão,  bebidas à descrição e fruta. E que mais?
Para a Junta de Freguesia, Comissão Organizadora, para a Sr.ª D. Eugénia Lima com a sua famosa concertina e para esta boa gente do Casteleiro que, com amor e carinho, se associaram à homenagem ao P.e António Diogo que, na qualidade de conterrâneo e sacerdote, é por excelência uma pessoa boa, merecedora desta homenagem, vai um forte aplauso de parabéns e agradecimento.
 
 
 
Daniel Machado
 
 
 
 

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