27/02/2010

Força Toni!

Há muito que pensava, aqui neste espaço, evocar um sabugalense dos sete costados e alguém cuja amizade muito prezo. Falo do António Dionísio, o meu amigo Toni.
O projecto que o Toni apresentou nas últimas eleições autárquicas aos sabugalenses assentava em permissas de quem conhece bem a sua terra, de quem vive as suas angústias, sofre com os seus retrocessos, de quem sonha com uma terra com futuro assegurado: para nascer, trabalhar e bem viver.
E este genuíno e sincero projecto em prol da sua terra, não foi nem nunca será derrotado.
Após as eleições, o Toni provou mais uma vez que o seu amor ao Sabugal ultrapassa tudo o que podemos imaginar. A sua vida profissional não lhe permitia a acumulação com o cargo de Vereador. E mais uma vez ganhou o amor à terra. Para assumir o cargo de Vereador, deixou o cargo da Chefe de Finanças do Sabugal e caminha agora, todos os dias, para Aguiar da Beira.
Os sabugalenses sabem que podem contar com ele, hoje e sempre. E no Casteleiro, o Toni sabe que está na sua casa. Orgulhamo-nos disso.
Ontem, encontramo-nos na Assembleia Municipal.
E eu, mais que nunca, senti que o Toni é uma referência para os sabugalenses, independentemente das ideologias políticas.
Ontem, percebi que as gentes do Sabugal apostam no Toni porque apostam no futuro do Concelho.
Eu não aposto. Tenho a certeza. O futuro do Sabugal passa por alguém que me dá a honra de ser meu amigo. Força Toni!




"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

Tradições da Quaresma

Passado o carnaval e depois da euforia, começa a Quaresma. No passado, este período até à Páscoa era vivido duma forma respeitosa. Os mais velhos levavam muito a sério esta época e procuravam passar para os mais jovens a tradição que já os seus progenitores lhes haviam passado. Não havia bailes nem demonstrações de alegria… Optava-se então por jogos tradicionais, feitos ao ar livre e de forma interactiva.
Vou apenas citar um dos jogos e algumas tradições.

O Jogo da Pucarinha
Para se jogar este jogo, era preciso comprar duas ou três pucarinhas de barro, daquelas onde na altura as pessoas guardavam água para ficar mais fresca.
Depois de adquiridas, dava-se início ao jogo.
Todas em fila, as raparigas (sim, porque na altura não havia misturas!) atiravam da frente para trás a pucarinha que, não raras vezes, caía no chão ficando feita em bocados. Quando isso acontecia, lá ia um elemento do grupo a correr à loja do senhor Tó Pinto, agora do Paulinho, buscar mais uma pucarinha. Era assim que, contrariando um pouco a tradição, aquele grupo corria alegremente a aldeia do cimo ao fundo, com cacos e gargalhadas à mistura. Eu, ainda muito jovem, seguia de olhos arregalados aquilo que para mim era uma habilidade impossível de concretizar.

Algumas tradições
Outro tipo de tradição era a relacionada com a alimentação. Durante as sete semanas, e por imposição da Igreja, toda a gente deveria jejuar – isto é, não comer carne – todas as quartas e sextas-feiras, o que se traduzia em algum sacrifício, pelo menos para quem andava no campo em trabalhos que exigiam força física.
Na Semana dos Ramos, e imediatamente a seguir à missa festiva, em que toda a gente levava um ramo para ser abençoado, a tradição também se impunha. Era ver as donas de casa a pôr na rua tudo o que existia em casa, para ser lavado e esfregado até brilhar. Isto acontecia porque era preciso que tudo estivesse bem limpo e cheiroso para receber a visita do pároco na segunda-feira a seguir ao Dia de Páscoa. Nesse dia, ele deslocava-se a todas as casas para dar as Boas-Festas e recolher as ofertas que os paroquianos lhe davam. Com ele seguiam o sacristão da igreja e muitas crianças entusiasmadas, que ajudavam a transportar tudo o que fora angariado. Assim, esta segunda-feira de Páscoa era transformada num dia ainda mais alegre do que o próprio dia de Páscoa.

As cacadas
Outra tradição que contrariava também o espírito da quaresma, por ser muito engraçada,
eram «as cacadas». Pela calada da noite, e quando todas as famílias se encontravam a cear depois de um dia de trabalho árduo, no meio do silêncio, ouvia-se um estrondo. Isso não só assustava as pessoas como os punha a todos em pé de guerra, à procura de quem tinha provocado todo aquele desassossego. Enquanto isso, o autor ou os autores (às vezes era um grupo) fugiam a sete pés para não serem reconhecidos, o que às vezes era difícil. Aos donos da casa, para lá de acharem muita piada, restava-lhes limpar os cacos que tinham sido lançados dentro dum cântaro, dum cesto ou dum garrafão, tanto fazia, e que ficavam espalhados pela casa, ou pelas escadas… E quando elas eram de madeira, que grande festival! A barulheira era mais que muita!

Era assim. As tradições eram seguidas com alegria e com respeito.
Por isso, manifesto com satisfação o meu apoio às iniciativas que começam a acontecer no Casteleiro. Só espero que os jovens participem com vontade de mergulhar e de tomar conhecimento do que foi a vivência dos seus avós.
Bom trabalho.







Texto de autoria de Maria Dulce Martins

26/02/2010

Tradição oral... é urgente recuperar!

Numa destas tardes domingueiras em que a passagem pelo Lar do Casteleiro faz parte da minha rotina há muitos anos, foi inevitável a habitual conversa com utentes e familiares.
Para além do calor que levamos a quem toma este espaço como um bocado da sua vida, trazemos sempre retidas na nossa memória muitas estórias, algumas delas passadas ou imaginadas num tempo bem remoto.
Da última vez que ali estive e em conversa com um octogenário que ainda trata a vida como um desafio permanente, ouvi-lhe uma pequena história que contava a um seu parente que “reside” nesta instituição há uma década.
Dizia assim: “Dantes tudo falava. Para além dos animais, falava o pão, falava o trigo e falava a cevada.
O pão (centeio) dizia: quem me houver de comer há-de ter bom coração! Sim, porque o pão era o principal sustento de todas as pessoas, daí marcar presença destacada em cada mesa da refeição – sobretudo das famílias mais humildes, mais pobres, mas de gente boa…
O trigo dizia: cá eu sou o trigo fidalguinho, que vou a todas as bodas e baptizados e ainda estou no altar sagrado! Aqui a exibição deste cereal para afirmar que era superior a qualquer outro e que por isso, só estava na mesa dos ricos e em locais sagrados…
Por último, a cevada afirmava: eu sou a cevada preganuda, mas no mês de Maio ainda dou a minha ajuda! E isto porquê? Explicava melhor a nossa fonte: antigamente eram tempos de fome, e o pão (consumido pelas pessoas do povo) não dava para todo o ano … e como a cevada amadurecia e era colhida primeiro, íamos ao moinho, trazíamos a farinha e, enquanto não havia pão (centeio), era daqui que se fazia o pão que comíamos. Era muito escuro e bastante preganudo, mas enquanto não havia o centeio, era o que valia!”
Fiquei fascinado com tal estória!
Quantas mais não haverão, algumas delas adormecidas naquelas cabeças que já esquecem rapidamente o presente, mas que lembram com precisão os tempos do seu crescimento.
Agora que tivemos recentemente o anúncio da “Casa da Memória”, porque não havemos também de começar a registar estes tesouros da nossa tradição oral?




"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

24/02/2010

Central de Biomassa a todo o vapor

A todo o vapor, entrou em funcionamento a nova unidade fabril da região, mais concretamente no concelho de Belmonte: a Central de Biomassa.
Para os que não sabem, esta Central é uma fábrica que queima restos de árvores e matos provenientes da exploração florestal, cortes de povoamentos, limpeza de matos na parte florestal, pois pode também utilizar restos agrícolas das podas de árvores e vides, para produção de energia eléctrica que entra na rede eléctrica normal.
Escrevo esta novidade, apesar da nossa Freguesia estar infelizmente limpa de matos. Muitos residuos florestais estão a ficar nos antigos pinhais que os proprietários venderam após o incêndio.
Se, por um lado, estes resíduos devem ficar no terreno para sustentar o solo e evitar a erosão, por outro deviam ser retirados pois leva imenso tempo a integrarem-se no solo. É sempre uma decisão dificil de tomar, o que eu aconselho é tentar incorporar o mais possível no solo.
Esta Central, no futuro, irá ser uma mais valia , caso os proprietários queiram limpar as suas matas e vender o resíduos. Inicialmente o projecto prevê uns centros de recolha e o transporte até a Central será feito por esta, para reduzir custos aos proprietários.
Irei continuar a divulgar estas iniciativas para tentar cativar os nossos proprietários a não desistir de um bem que não podemos perder: a floresta.
Pelas opiniões que tenho ouvido todos ficaram desmotivados, mas acho que a solução passa pela união e porque não com o apoio da Junta de Freguesia, que tem sido inovadora e todos os dias nos supreende com novas ideias e actividades para a Freguesia.





"Ambiente agrícola e espaço florestal"

espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

O Galo e os "Entrudos"

Foi com grande alegria ver, neste nosso Casteleiro, uma das bandeiras desejadas que é o voltar aos tempos de antanho, ricos em tradições, caídas em desuso.
Hasteada a bandeira com espírito natalício do presépio, das luzes a brilharem no Largo de S. Francisco e com a Torre da Igreja iluminada, já que o madeiro, no Largo da Praça, tem vindo a ser tradição, surgiu agora, neste Carnaval de Domingo Gordo, e com aplausos, o Testamento do Galo, precisamente no dia em que os alunos, de então, das Escolas Primárias masculina e feminina, munidos de espadas de pau, de serpentinas (fitas) e de papelinhos de variadas cores, festejavam com grande alegria e liam com entusiasmo e orgulho, em locais apropriados das ruas da aldeia, quadras a referirem-se aos órgãos e ás partes mais esquisitas do pobre galo e dedicadas aos testamentários, isto é, às pessoas de quem se queria fazer “troça”.
Anunciados os testamentários, provocando gargalhada geral entre a assistência, e como no Carnaval ninguém leva a mal, e muito menos às crianças, podemos dizer e todos sabiam que isto não passava duma leve brincadeira, sem ofensa maldosa, como acontecia com os adultos no “Chorar o Entrudo”, nas “Cacadas” e nos “Entrudos” do antigamente.
À Junta de Freguesia que prometeu e está a cumprir o recordar tradições dos nossos antepassados, bem como aos seus colaboradores, os nossos agradecimentos e, certamente, de todos os Casteleirenses que, no dia 14 de Fevereiro, Domingo Gordo, pelas 15 horas, acorreram ao Largo de S. Francisco para assistirem ao Testamento do Galo e à entrega do Galo à Sr.ª Professora D. Fernanda Paiva.
Com muitas palmas e distribuição de rebuçados e chocolatinhos, assim terminou o Testamento do Galo proporcionando aos muitos presentes momentos de alegria, na esperança de que outras tradições estão para serem revividas, assim o esperamos.
Não esperávamos, é que, na Terça-feira de Carnaval, com surpresa nossa, e muito bem, um grupinho de “Entrudos”, gente nova, se dispusesse a deambular pelas ruas do Casteleiro, dando-lhe uma outra vida e não se esquecendo de entrar nos cafés e, em especial, no Lar, para alegria dos idosos, da Direcção, funcionárias e visitantes.
Com os nossos parabéns, oxalá que esta iniciativa seja o prenúncio e rastilho para o aparecimento de “Entrudos” para o ano e anos seguintes.





"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

21/02/2010

Vai nascer a "Casa da Memória"

A antiga escola primária feminina vai dar lugar à “Casa da Memória” do Casteleiro, uma iniciativa da Junta de Freguesia que tem por objectivo preservar e divulgar a cultura casteleirense.
Este projecto pretende reunir o maior número de objectos, utensílios e documentos que, em conjunto, possam preservar a memória de uma aldeia rural e agrícola. Preservar objectos mas, essencialmente, deixar um testemunho que por si só os objectos não podem testemunhar: os homens, as suas vidas, ocupações e sentimentos.
A “Casa da Memória” será, assim, muito além de um local onde se podem observar objectos etnográficos, um espaço vivo da memória colectiva, em que cada peça tenha um valor simbólico acrescido.
Para a concretização deste projecto, a Junta de Freguesia conta com a colaboração do Lar de São Salvador, cuja Direcção ontem reunida deliberou associar-se à iniciativa. Porque a “memória” dos nossos seniores deve ser valorizada e estimada, os utentes do Lar vão ocupar algum do seu tempo na “Casa da Memória”, para acolher os visitantes, responder às suas curiosidades, encantar com as suas estórias.

19/02/2010

Casteleiro: terra de volfrâmio (III)

Último «capítulo» sobre o volfrâmio na nossa terra: 1 – demonstrar a importância social que teve este fenómeno na aldeia e nas aldeias vizinhas e 2 – trazer aqui a memória de quem eram os intermediários e a quem os mesmos vendiam o tungsténio (volfrâmio) e o estanho, que ia quase sempre em conjunto. Finalmente, 3 – onde era «separado» o minério por aquecimento em «fornos».

1
Já sabemos que quase toda a gente da aldeia andava nesta espécie de safra. Isso quer dizer que poucas famílias ficaram de fora do fenómeno. Sabemos também que para os preços da época o minério era muito bem pago. Muitas pessoas me repetiram ao longo de décadas que livraram as suas famílias de apertos e até de dívidas. Algumas pessoas jovens puderam inclusive dar o dinheiro do minério aos seus pais e estes compraram com essa soma semanal coisas tão importantes como uma junta de vacas ou um carro de bois. São factos que me têm sido sempre referidos.
Concluo portanto que do ponto de vista sócio-económico, poucos fenómenos beneficiaram tanto aquelas gerações como o minério.
Comparo sempre o que aconteceu naquela meia década (1938-1943, época forte do minério) com aquilo que se passou mais tarde com a emigração: esta também afectou quase todas as famílias e trouxe a toda a aldeia grandes benefícios – a par de muitos traumas e problemas de outro tipo. Mas do ponto de vista do rendimento familiar foi muito vantajoso para quase todas as famílias, também.

2
O minério era apanhado e limpo no campo de recolha e, ao final da semana, era vendido a intermediários que apareciam no Casteleiro e depois o transaccionavam para terceiros de modo a que o minério fosse no final parar às mãos de ingleses e de italianos.
No Casteleiro operava uma grande «companhia» (empresa) de recolha: era a «Companhia do Barreiros», um familiar do Dr. Guerra, que era também das Inguias e que aqui veio fazer mais fortuna, dando trabalho mas explorando quem contratava, como era da norma.
Muita gente trabalhou nessa companhia.
Mas muita gente trabalhava por conta própria e depois vendia o produto aos intermediários. Estes chegavam das proximidades da Covilhã mas também do Vale de Lobo (hoje, Vale da Senhora da Póvoa).

3
A principal separadora com fornos mais modernos e maiores, a dos «Italianos», no Casteleiro (no local onde hoje fica o Café Estrela) nem sequer chegou a funcionar porque a guerra acabou para o país dos donos das instalações (a Itália foi ocupada pelos Aliados em 1943).
Mas ali mesmo, ao canto da vinha que havia ao lado, mesmo em frente do portão do Sr. José Azevedo (Zezinho Azevedo), havia um forno não muito grande mas que aqueceu e «separou» muito minério durante dois ou três anos. Era ao fundo da vinha que referi, mesmo à beirinha da estrada.
E no Terreiro das Bruxas sempre funcionou também uma separadora.

Naqueles anos, o minério era tão dominante e absorvente como o ouro do Brasil o fora 70 ou 80 anos antes no País. As pessoas, algumas pessoas, estavam tão embevecidas com as notas que saltavam no bolso que se contam histórias loucas. Por exemplo e sem que possa ser confirmado: um dia, um grupo de «mineristas» do Vale de Lobo vinha no comboio depois de uma viagem a Lisboa para gozarem a vida e, à conversa com o revisor, gabavam-se das notas no bolso. O revisor, malandro, ofereceu-se para então lhes vender o comboio… Consta que o compraram ali mesmo e o pagaram… Mas nunca mais terão visto o revisor, claro, para lhes entregar a «mercadoria»…
Divirtam-se.
Boa noite!





"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

16/02/2010

Junta faz oferta ao Lar de S. Salvador


A Junta de Freguesia de Casteleiro fez hoje, terça-feira, a oferta de um computador ao Lar de São Salvador. Esta instituição, a maior empregadora da aldeia, tem vindo a desenvolver um notável trabalho em prol dos nossos seniores. Com esta oferta, a Junta pretende demonstrar o seu reconhecimento pela solidária acção realizada e disponibilizar-se para apoiar futuras iniciativas.

Forte nevão no Casteleiro

Em tempo de Carnaval, o Casteleiro acordou na segunda-feira completamente vestido de branco. O nosso amigo Daniel Machado fez a reportagem fotográfica.






14/02/2010

A tradição cumpriu-se!

Hoje, domingo de Carnaval, o Largo de São Francisco acolheu o retomar de uma velha tradição: o Testamento do Galo. Muitos foram os que compareceram para acompanhar a leitura do testamento feita pelos mais jovens. No final, o Galo foi oferecido à Prof. Fernanda Paiva, ensaiadora e catequista dos jovens.
Veja os videos.



Ciclistas sem frio

Apesar do frio que se fez sentir, um grupo de ciclistas da Covilhã passou hoje, bem cedo, no Casteleiro. Aproveitaram para registar o momento e publicaram no blog. Veja aqui.

12/02/2010

Dia dos Namorados

Reza a história que, na Roma Antiga, o Imperador Cláudio II, convicto de que os homens solteiros eram melhores combatentes, proibiu os casamentos dos soldados durante as guerras.
O Bispo Valentim lutou contra tal proibição e, não obedecendo às ordens do Imperador, continuou a celebrar os casamentos, razão porque foi condenado à morte.
Na prisão, enquanto aguardava a execução da sentença de morte, “apaixonou-se” por uma filha cega do carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão.
Antes, porém, de ser executado, no dia 14 de Fevereiro, o Bispo Valentim escreveu uma mensagem para ela, na qual assinou assim: “Do seu Valentim”.
A partir desta data começou a celebrar-se, no dia de São Valentim, 14 de Fevereiro – O Dia dos Namorados – com a troca de cartas de amor e presentes, passando agora também a oferecer-se lembranças alusivas, ramos de flores ou uma simples flor com dedicatória de amor.






"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

10/02/2010

Que Viva a Festa!

Como é de tradição, os mordomos da Festa de Stº António reunem-se no início do ano para cantar as Janeiras. Este ano, não havendo mordomos até há poucos dias, chegou a temer-se pela realização da Festa.
Mas, afinal, vai haver Festa!!
Um grupo de amigos decidiu pôr mãos à obra e os preparativos estão já a decorrer. Por isso, e só por agora se ter decidido fazer a tradicional festa, vamos cantar as Janeiras...
A comissão de festas pede a colaboração de toda a população. As Janeiras, embora fora da época habitual, vão realizar-se este Sábado (dia 13) a partir das 18:30H.
A Comissão de festas informa ainda que todos os que queiram colaborar são bem vindos!
Junte-se a nós a realizar esta tradição...


A Comisão de Festas:
Beatriz Costa/ Sérgio Ribeiro
Ricardo Fortuna
Bruno Antunes
Filipe Costa/ Isabel Marques
Carlos Nabais (B.A)

06/02/2010

Quando os Carnavais eram Entrudos…

O mês de Fevereiro está aí e com ele o Carnaval que, em tempos idos, era sinónimo de festa e boas comidas. No Casteleiro, por feliz iniciativa da Junta, vai-se recriar o «Testamento do Galo». E há outras tradições engraçadas.
Em tempos, por esta altura, os mais abastados tinham acabado de fazer as matanças e as arcas, então de madeira e cheias de sal, guardavam quase carinhosamente tudo ou quase tudo o que o porco dava.
Na noite de segunda para terça, chorava-se o Entrudo: se alguém caía na rua, era certo e sabido que a envergonhavam nessa noite. Um homem, de funil, contava em tom jocoso, ridicularizando o sucedido, que a pessoa tinha caído:
- Não tem vergonha! Uuuuuh! A menina Fulana não tem vergonha andar a cair no meio da rua…
Às vezes a coisa era mais séria e até dava para o torto.

Terça-feira de Entrudo
Chegado o dia, era ver os panelões cheios das mais saborosas iguarias: do pé de porco, à orelha e ao chouriço de ossos, por exemplo.
Depois de bem comidos e alguns bem bebidos, saíam à rua para ver os entrudos passar.
Era aí que, no meio da algazarra, surgiam duas ou três figuras emblemáticas, que se destacavam pelos adereços: um burro manso e velho que era enfeitado com todas as velharias que houvesse lá por casa, um chapéu de chuva velho e uns vestidos.
Os criativos, José Balbino e irmão, travestiam-se com as roupas femininas que tinham à mão, preocupando-se com arranjar os artifícios apropriados, que simulavam os atributos femininos.
Cena de uma ingenuidade que hoje dá ternura…
Montado o cenário, lá iam eles aldeia fora, juntando à sua volta crianças e alguns adultos, que riam a bandeiras despregadas.
Um, sentado no burro, o outro, «zanzando» à volta, metendo medo à criançada, que fugia, fingindo que tinha medo, para logo voltar a pedir mais.
Era neste ambiente de partilha e envolvência, que toda a gente assistia ao espectáculo, cujo tema não mudava muito de ano para ano, excepto uma ou outra lenga-lenga dita com muita graça, mas sem conteúdo ou maldade. Tinha só a intenção de divertir.
E os «comediantes» conseguiam-no, porque no ano seguinte, lá estavam outra vez, actores e espectadores no mesmo teatro de rua para se divertirem desde as 10 até a noite cair.
Havia um pequeno pormenor para os dois comediantes: como a brincadeira era acompanhada de copos, o regresso a casa era feito em ziguezague e ao trambolhão, até chegarem a casa, onde as suas Marias os esperavam, já habituadas a estes rituais do Entrudo.
Havia um deles, que era todo mimos e, ao chegar, fazia:
- «PUM!», como se disparasse um tiro.
E como ela não reagisse, soltava:
- Então, Mariazinha? Não te sobressaltaste, meu amor?
Após isto, acredito que caía na cama e sonhava com o carnaval do ano seguinte.







Texto de autoria de Maria Dulce Martins

03/02/2010

As nossas "Terras Quentes"

As Freguesias da Bendada, Casteleiro, Moita, Santo Estevão e Sortelha, acordaram associar-se. A designação será “Terras Quentes”. E será a primeira do género no Concelho.
Independentemente de outros, o objectivo comum é fazer da união força. A força necessária para desbravar o caminho que todos ambicionamos: combater a desertificação, dinamizar a região, enfim, lutar contra a morte destas aldeias, há muitos anos anunciada!
Politicamente, a Associação terá força. Será uma voz activa junto do poder local e central, munida da legitimidade que as populações lhe transmitem.
Acredito que este passo poderá, a curto prazo, dar frutos relevantes para a região.
E o Casteleiro orgulha-se de ter contribuído, desde a primeira hora, para esta nova realidade!






"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

02/02/2010

Almoço do bucho junta confrades no Sabugal

No dia 13 de Fevereiro, sábado, a Confraria do Bucho Raiano vai realizar no Sabugal VI Almoço do Bucho, que acontecerá no restaurante Robalo, às 13 horas, antecedido de uma prelecção do escritor e também confrade mestre Jesué Pinharanda Gomes.
«Os Sabores Antigos da Gastronomia Raiana», será o tema da intervenção do escritor quadrazenho, que falará aos confrades evidenciando o valor dos manjares tradicionais da raia sabugalense. A cultura também pode e deve andar de mãos dadas com a gastronomia e é nesse sentido que a lição sobre os sabores antigos surge associada.
Ao meio-dia os confrades juntar-se-ão no salão da Junta de Freguesia do Sabugal, onde será servido um «porto de honra» e entregues os trajes. Aliás este almoço está restringido aos confrades que adquiram o respectivo traje, o qual está a ser confeccionado na empresa Modache, no Sabugal. Abre-se porém a possibilidade de os acompanhantes dos confrades aderentes não envergarem os trajes prescritos nas «usanças».
O almoço será inevitavelmente bucho raiano, guarnecido com grelos de nabo e batata cozida, como ordena a tradição. De entrada haverá pão, azeitonas, chouriço fatiado, morcela e mioleira assada na brasa. A sopa é a do bucho, com grão, hortaliça e massa. Para beber haverá vinho do Dão (Silgueiros), água, refrigerantes e cerveja. De sobremesa poderá recorrer-se ao bufete com arroz doce, papas de milho, farófias, tapioca e aletria, para além de queijo e fruta da época. A finalizar será servido café e bagaço da casa.
Após o almoço, um grupo de confrades animará os ânimos, tocando viola e entoando cantigas tradicionais.
A cerimónia inclui, ainda, a entrega ao proprietário do Restaurante Robalo da certificação de «Restaurante Aconselhado pela Confraria do Bucho Raiano» após a assinatura de um protocolo em que o empresário se compromete a defender sempre a qualidade do bucho servido no seu estabelecimento.
O almoço do bucho está incluído nos Roteiros Gastronómicos, iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal a que aderiram 13 restaurantes do concelho.

01/02/2010

"Terras Quentes do Concelho do Sabugal"











As Juntas de Freguesia da Bendada, Casteleiro, Moita, Santo Estevão e Sortelha, em reunião realizada no dia 31 de Janeiro, no Casteleiro, deliberaram iniciar o processo de constituição da Associação de Freguesias “Terras Quentes do Concelho do Sabugal”.

No decurso da reunião, que juntou todos os elementos dos executivos das Juntas das cinco Freguesias, foi constituída uma Comissão Instaladora integrada pelos presidentes de Junta que, nos termos da Lei 175/99, irá promover todas as diligências necessárias à constituição da Associação através de escritura pública.

Com esta iniciativa, pretendem os signatários vir a realizar acções de interesse comum, cooperando e reunindo mais-valias para o desenvolvimento sustentado das suas Freguesias e do território geograficamente contíguo em que se localizam.

Sob o signo do “Azeite”, a Associação de Freguesias “Terras Quentes do Concelho do Sabugal”, será a primeira do género no Concelho do Sabugal.

Associação de Freguesias “Terras Quentes do Concelho do Sabugal”