18/12/2010

Mas que terra activa, esta!

Fazendo uma viagem no tempo e recuando algumas dezenas de anos, deparamo-nos com o Casteleiro como sendo uma terra com uma vida activa muito diversificada. Para além dos trabalhos ligados à agricultura e pastorícia, que marcavam fortemente a labuta diária, constituindo os verdadeiros suportes da economia desta gente, existiam, paralelamente, um conjunto de profissões que nos ajuda a perceber melhor a autonomia que o Casteleiro demonstrava, nessa época.
O trabalho de pesquisa hoje apresentado pretende dar uma visão deste tempo, trazendo à lembrança e ao conhecimento, as várias profissões bem como os verdadeiros protagonistas, tentando manter a marca do registo linguístico, patente nas várias palavras utilizadas. Fica desde já, o meu pedido de desculpa às pessoas visadas e seus familiares, ao utilizar os nomes pelos quais eram mais conhecidas no nosso povo.
Passo a enumerar:

Sapatêro: Ti Luís Pinto; Ti Paralta; TZé Martins; Ti Martinho
Alfaiates: Tó Coxito; Mguel Coelho; Abílio Coxo; Tó Coxo; Mguel Beijina
Ferrêro: TJoão Ferrêro; Tó Ferrêro
Pedrêro: Senhor Venâncio (mestre); TJaquim Pedro (Catana); TJoão Catana; Manele Catana;
Carpintêro: TZé Melo; TZé Lopes
Tanoêro: TZé Melo (fazia e reparava pipas, dornas…)
Barbêro: Ti Náciso; Mudo
Ferrador: Ti Torra (colocava as ferraduras – protecção dos cascos – das vacas, burros…)
Costurêra: Senhora Maria Augusta; Ana Coxa; Alice costureira
Assougue (talho): TJaquim Soares ; Titôr; TJaquim Snêto
Pêchêra/Sardnhêra: Ti Carminda; Ti Rsolina
Caldêrêro / latoêro: TJoão Latoêro
Lagares de azête: Senhor Manelzinho; D. Maria d'Céu (lagar da Senhora)
Fornêra: TMari Bárbola; Ti Delfina (forneira)
Tabarnêro: TManel Silva; Tzé da Velha; Tórra
Negociante de animais: Zé Maria (cuecas) e pai
Negociante de sementes: TManel Abade; TJaquim Canêlo; Ti Américo Leitão
Merceeiros: Senhor Firmino; Senhor Tó Pinto; Senhor Zé Mourinha;
Bodguêra: Senhora Lpondina; Ti Pruficação (confeccionavam comida para casamentos, baptizados, festas religiosas… Faziam bodas e emprestavam a loiça para estes eventos)
Taxista: Senhor Quim Paiva; Quiel; TZé Pedro
Ganhão: TJaquim Blantim; TJaquim Nabais…
Pastor: Ti Farnhêra; Sabastião
Cantnêro: TZé Pires (Piralhas)
Guarda rios: Senhor Torrão
Eletsísta: Senhor Campos; Antónho eletsísta
Sarrador (serra madeiras para vários fins): Tmanel Sarrador e irmão
Covêro: TJaquim Barbas

Tomando como referência, este povo trabalhador e exemplar no percurso por tempos difíceis, aqui fica um grande desafio para esta geração actual.




"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

1 comentário :

  1. Pois é,naquele tempo ninguém sabia que havia um acordo ortográfico!Havia muita elitracia!Analfabetismo melhor falando! Agora também não estamos isentos dele...mas a outros níveis, como sabes.Continua com a tua investigação.Faz-nos bem recordar as nossas raízes, as nossas gentes. H.Fonseca

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